Preço faz governo cancelar compra de laptops

O governo federal decidiu cancelar a licitação para comprar 150 mil laptops que seriam usados por alunos de escolas públicas. O preço mínimo obtido nos dois pregões, de US$ 360, ficou muito acima dos US$ 100 que se pretendia pagar inicialmente. Depois de duas tentativas de acordo com as empresas de reduzir os preços, sem sucesso, o ministro da Educação, Fernando Haddad, comunicou ao Palácio do Planalto que a compra deveria ser suspensa. Uma outra licitação deverá ser aberta ainda neste ano.

A primeira licitação foi feita no dia 18 de dezembro do ano passado e o preço mínimo oferecido foi de R$ 654 - cerca de US$ 360 -, pelo grupo Positivo. No dia 20 daquele mês, o governo abriu novamente o pregão para tentar reduzir mais uma vez os preços, mas não conseguiu. Depois de encerrado o pregão, o ministério da Educação ainda tentou negociar diretamente com a Positivo, mas foi novamente malsucedido.

Na época, a empresa afirmou que seria impossível cumprir as exigências do governo por esse preço. Além dos equipamentos, o governo pretendia que fossem oferecidas garantias de três anos em todo o País. A distribuição também seria feita pela própria empresa e o pagamento, apenas depois de todos os computadores instalados.

Para pagar o que a empresa exigia, o governo federal teria de desembolsar R$ 98,1 milhões pelos 150 mil computadores. De acordo com as informações obtidas pelo Estado, não há recursos previstos para pagar esse valor. Na época em que lançou o programa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que já se conseguira encontrar equipamentos a US$ 150, mas esperava poder baixar ainda mais.

A intenção do governo era levar um laptop para cada estudante de escola pública em um projeto inicial que contemplaria 300 escolas em todo País, sendo parte delas na área rural.

O novo edital que será aberto pelo governo poderá ceder em alguns pontos, como diminuir um pouco o período de garantia. No entanto, o ministério da Educação ainda acredita que pode obter preços melhores sem grandes alterações. Nessa primeira licitação teria havido pressão dos fabricantes para o governo aceitar o preço oferecido nos pregões de qualquer forma, esperando que a compra fosse ser feita de qualquer maneira.

Fonte: Estadão

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